Solidão em Qualquer Época da Vida

Eu pensava quando mais jovem que solidão era uma doença que atacava apenas pessoas mais de idade, com problemas depressivos que os levavam ao estado de puro isolamento de tudo e de todos.

O tempo foi passando e ao longo da juventude fui deparando com situações, pessoas e observando que esse mal atacava a mim também, independente do momento, do estado de espírito ou de qualquer outra coisa.

Eu buscava me manter em contato com os "amigos" para me defender dessa solidão que ameaçava me absorver.

Esforço em vão.. não havia retorno e me sentia cada vez mais solitário. Fui descobrindo que para despertar interesse de qualquer pessoa eu deveria possuir algum atrativo, geralmente financeiro, que servisse de moeda de troca ou que de alguma forma pudesse favorecer aos interessados.

"Amigos" só apareciam assim, algumas vezes me deixei levar pelo jogo de interesses para poder ter um pouco de companhia e fugir da solidão.

Já adulto me cansei do jogo, e passei a fazer o inverso da regra existente. Me neguei a fazer qualquer troca para ter a companhia de alguem. Se quizessem desfrutar da minha companhia, da minha amizade sincera seria exclusivamente pela minha pessoa e personalidade.

Agora já na meia idade, vi que esse procedimento me mostrou que amigos são poucos e ainda mais aqueles que podemos considerar e para contá-los nem precisaremos de usar os dedos de uma só mão.

Não importa a quantidade de pessoas e sim quem são essas pessoas que te rodeiam. Você descobrirá que logo todos eles serão colocados numa peneira e muitos vazaram e apenas poucos ou um único restará.


Kleber da Cunha